Dono de imobiliária é preso suspeito de desvio milionário de condomínios em Porto Alegre

Proprietário de uma imobiliária de Porto Alegre foi preso por suspeita de desvio nos valores de condomínios administrados pela empresa

POLÍCIA

Redação [com informações do g1]

10/28/20252 min ler

dono de imobiliária suspeito de desvio em condomínio de Porto Alegre
dono de imobiliária suspeito de desvio em condomínio de Porto Alegre

O dono de uma imobiliária de Porto Alegre, Almir Vasques, de 42 anos, foi preso na manhã da última sexta-feira (24) suspeito de desviar valores de condomínios administrados pela empresa. Segundo a Polícia Civil, o prejuízo total pode chegar a R$ 5 milhões.

As investigações apontam que há registros de casos em mais de 10 condomínios localizados nos bairros Petrópolis, Higienópolis, Jardim do Salso e Santana. A prisão foi realizada em um hospital da capital, onde o empresário acompanhava a mãe em um procedimento médico.

De acordo com o delegado Juliano Ferreira, responsável pelo caso, o suspeito teria recebido mensalmente os valores pagos pelos moradores e deixado de quitar contas essenciais, como água, luz e serviços de manutenção. Em um dos condomínios, as dívidas com a Corsan ultrapassam R$ 50 mil.

Em depoimento informal, Almir negou a prática de crime e alegou que houve um erro administrativo. “Ele diz que foi uma má gestão do dinheiro e que tem interesse em devolver os valores”, afirmou o delegado.

Como funcionava o esquema?

A investigação aponta que a imobiliária recebia as taxas condominiais e não repassava os valores devidos. O dinheiro, segundo a Polícia Civil, era desviado para contas pessoais do empresário e de pessoas próximas. Além da apropriação indevida, há indícios de lavagem de dinheiro e estelionato.

O delegado explicou que as ações ocorreram de forma contínua ao longo dos últimos 18 meses, afetando dezenas de famílias que pagavam regularmente suas cotas.

“O morador pagava o condomínio, esse dinheiro ia para a administradora, que tinha o dever de quitar as contas. Mas o valor era desviado”, detalhou Ferreira.

Próximos passos da investigação

A Polícia Civil deve solicitar quebra de sigilos bancário e fiscal para rastrear a movimentação dos valores. Também serão analisados contratos e extratos de contas dos condomínios envolvidos.

O empresário permanece detido e deve responder por apropriação indébita, estelionato e lavagem de dinheiro.

Os moradores afetados vêm se organizando para ingressar com ações civis e criminais contra a empresa. A polícia orienta que outros condomínios que tiveram problemas com repasses procurem a delegacia para formalizar denúncia.