Extensa massa de ar frio chega ao Rio Grande do Sul no fim de outubro

Uma nova frente fria de grande intensidade está a caminho do Rio Grande do Sul. A previsão é que ela avance sobre o Estado entre os dias 28 e 30 de outubro, trazendo temperaturas típicas de inverno, segundo a meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia.

O sistema de alta pressão atmosférica se forma entre a Patagônia e a província de Buenos Aires, na Argentina, e tem uma trajetória continental, o que mantém suas características de frio intenso por mais tempo.

Esse deslocamento, comum durante o inverno, faz com que o ar gelado avance pelo interior da América do Sul, atingindo regiões como Mato Grosso do Sul, Goiás e até Rondônia.

De acordo com Estael, esse comportamento difere do padrão típico da primavera, quando as massas de ar frio costumam avançar pelo oceano, perdendo força antes de atingir o continente.

“Essa tem trajetória de inverno, e por isso vai impactar a temperatura no interior do continente”, destacou a meteorologista.

Frio fora de época

A especialista alertou que o fenômeno não está diretamente ligado ao La Niña, embora o evento tenha sido recentemente confirmado pela NOAA, agência norte-americana de meteorologia.

Para ela, outros fatores atmosféricos de curto prazo estão contribuindo para as quedas de temperatura, especialmente a Oscilação Antártica (AAO).

“Esse índice atua como um cinturão de ventos que segura o ar frio no Polo Sul. Quando ele enfraquece e fica negativo, libera essas massas para o continente”, explicou.

A fase negativa do índice tem sido observada com frequência desde o inverno, o que justificaria os episódios de frio intenso que ainda persistem em pleno outubro.

Expectativa de temperaturas abaixo da média

Os modelos de previsão indicam que o frio deve atingir parte do Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, com anomalias negativas de temperatura até o fim do mês. No centro-sul da Argentina, há previsão de marcas abaixo de zero, o que preocupa produtores rurais locais.

No entanto, Estael Sias destacou que o evento não deve repetir a intensidade do frio registrado na semana anterior, quando cidades como São Paulo e Belo Horizonte bateram recordes de temperatura mínima para a época.

“Ainda há umidade na atmosfera, o que pode atenuar a queda brusca observada na última onda de frio”, pontuou.

A meteorologista finalizou o alerta pedindo atenção às próximas atualizações de previsão. “Ainda faltam muitos dias até a virada de temperatura. Vamos acompanhar, porque o cenário pode mudar.”