GAECO/MPRS investiga policial penal e psicóloga por tráfico de drogas dentro da Penitenciária Feminina de Guaíba

Operação Julieta II investiga policial penal e psicóloga por tráfico de drogas e corrupção na Penitenciária Feminina de Guaíba. Esquema movimentou mais de R$ 1 milhão.

POLÍCIA

Redação

11/4/20252 min ler

investigação no presidio de guaiba
investigação no presidio de guaiba

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS) deflagrou na manhã desta segunda-feira (3) a Operação Julieta II, que investiga servidoras da Polícia Penal suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas e a entrada de objetos ilícitos na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba.

Entre as investigadas estão uma policial penal, já afastada após ser alvo da primeira fase da operação, em 2024, e uma psicóloga do quadro da instituição. Ambas são apontadas como colaboradoras de uma organização criminosa que atuava dentro e fora do presídio.

A ação foi coordenada pela promotora de Justiça Maristela Schneider, do 2º Núcleo Regional do GAECO – Metropolitana, com apoio do promotor André Dal Molin, responsável pelo GAECO no Estado.

Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Alvorada e São Leopoldo, além de revistas no presídio feminino. Participaram das diligências o Grupo de Ações Especiais (GAES) e a Corregedoria da Polícia Penal. Um veículo e uma motocicleta foram apreendidos.

Organização chefiada por apenada

As investigações começaram em junho de 2024 e revelaram uma estrutura criminosa complexa, comandada por uma presa que liderava o esquema de dentro da penitenciária. O grupo facilitava a entrada de celulares, cocaína, maconha e outros itens proibidos, mediante corrupção de servidoras públicas.

Os pagamentos pelos favores ilícitos eram feitos em dinheiro, transferências via PIX para contas de terceiros e benefícios pessoais, como pagamento de conserto de veículos e custos de uma escola de idiomas de uma das envolvidas.

De acordo com a promotora Maristela Schneider, para ocultar a origem do dinheiro, os investigados usavam familiares e pessoas de confiança, movimentando valores expressivos em contas bancárias e adquirindo bens de alto valor, como veículos e motocicletas. Também foram identificadas empresas de fachada utilizadas para lavagem de dinheiro.

Esquema movimentou mais de R$ 1 milhão

A apenada considerada líder do grupo movimentou mais de R$ 1 milhão de dentro do presídio. Os crimes investigados incluem tráfico e associação para o tráfico de drogas, corrupção ativa e passiva, prevaricação, favorecimento real, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A Operação Julieta II dá continuidade à primeira fase, deflagrada em setembro de 2024, que já havia identificado a mesma detenta como chefe do esquema criminoso dentro da Penitenciária Feminina de Guaíba.