Manifestação silenciosa será realizada em memória do jovem Djavan, em Camaquã
Família e amigos de Djavan realizam manifestação silenciosa pedindo justiça em Camaquã. Jovem de 22 anos foi morto por PM dez anos atrás.
POLÍCIAVOZ DA LAGOA


A família e os amigos de Djavan Pereira Rodrigues, jovem morto há dez anos por um disparo de arma de fogo efetuado por um policial militar, promovem uma manifestação silenciosa em sua memória.
O ato acontece no próximo dia 14 de novembro, a partir das 17h30, em Camaquã, com concentração na Esquina Democrática.
A mobilização busca relembrar Djavan, cobrar justiça e manter viva sua história. Após o ponto inicial, os participantes seguirão até o Posto Triângulo, local onde o fato ocorreu em 2015.
Haverá um momento de silêncio em homenagem ao jovem, e, em seguida, a caminhada continuará até a Praça Zeca Neto, onde será exibido um vídeo especial no telão, relembrando sua trajetória.
A morte de Djavan
Djavan, que tinha 22 anos, foi morto na madrugada de 14 de novembro de 2015, após ser atingido nas costas por um tiro de espingarda calibre 12 disparado por um policial militar durante um tumulto em um posto de combustível.
O agente confessou ter efetuado o disparo, alegando acreditar que a arma estava carregada com munição não letal.
Segundo o relato da mãe, Isabel Pereira, o filho não participava da briga. “Djavan estava dentro do posto. Ele tentou puxar um amigo que brigava quando o policial desceu da viatura e atirou diretamente nele”, contou.
Na época, a delegada Karoline Calegari, que atendeu o caso, determinou que o policial respondesse ao inquérito em liberdade. Conforme explicou, houve confusão na troca de armamentos entre equipes que participavam de duas operações diferentes naquela madrugada — uma voltada ao combate ao tráfico e outra ao controle de tumulto.
O comandante do 30º BPM na ocasião do crime, Capitão Marcelo Ferreira, reforçou que caberia ao policial verificar a munição antes do serviço. “As circunstâncias do fato precisam ser bem apuradas, e é isso que dará base à apreciação da Justiça”, afirmou.
Djavan chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Nossa Senhora Aparecida, mas não resistiu aos ferimentos. Desde então, familiares e amigos seguem cobrando responsabilização pelo crime.
Os organizadores pedem que os participantes usem camisetas brancas, em sinal de paz, e levem balões brancos, que serão soltos na Praça Zeca Neto durante o encerramento do ato.
