Pela primeira vez em 20 anos, número de fumantes cresce no Brasil
VIDA E SAÚDE
O número de fumantes voltou a crescer no Brasil. É a primeira alta em quase duas décadas. O avanço reverte uma tendência histórica de queda. Os dados são do Vigitel, pesquisa do Ministério da Saúde.
O número de fumantes voltou a crescer no Brasil. É a primeira alta em quase duas décadas. A taxa de adultos fumantes nas capitais subiu de 9,3% em 2023 para 11,6% em 2024. O avanço reverte uma tendência histórica de queda. Os dados são do Vigitel, pesquisa do Ministério da Saúde.
A elevação representa 25% de aumento em um ano. Segundo especialistas, o movimento preocupa. Afinal, o país vinha reduzindo o tabagismo desde 2006. Em 2023, o próprio INCA registrou 9,3% de adultos fumantes nas capitais. Agora, os números preliminares de 2024 mostram um retorno a patamares de 2013.
Autoridades de saúde reforçam o alerta. O Ministério apresentou os resultados em maio de 2025, durante ações do Dia Mundial sem Tabaco. Embora preliminares, os dados já acendem luz amarela nas políticas públicas. Portanto, a prioridade é conter o avanço e ampliar a prevenção.
A Organização Mundial da Saúde classifica o tabagismo como pandemia. Todos os anos, mais de 8 milhões de pessoas morrem no mundo por causa do tabaco. Dessas, cerca de 1,2 milhão são vítimas do fumo passivo. No Brasil, os impactos recaem sobre o SUS e a saúde da população.
Novos produtos e a influência entre jovens
Para o médico da família e comunidade Felipe Bruno da Cunha, a popularização de novos produtos ajuda a explicar a curva.
“Eu acredito que tem muita relação direta com as novas formas associadas ao fumo. Porém, na última década, nós vemos um aumento expressivo, principalmente por conta do cigarro eletrônico, o vape. A partir de outros tipos de cigarro, o cigarro de palha, por exemplo. Então, por isso o aumento expressivo”, diz.
Além disso, dispositivos eletrônicos avançaram no mercado. Eles atraem, sobretudo, públicos mais jovens. Consequentemente, cresce o risco de iniciação precoce. Também aumentam os desafios de fiscalização e comunicação.
Riscos imediatos e de longo prazo
O especialista lembra que o cigarro está ligado a mais de 50 doenças. As principais são cardiovasculares, respiratórias e cerca de 10 tipos de câncer.
“Existem riscos inúmeros associados ao cigarro, não só a dependência química, mas também as complicações físicas”, reitera. Afinal, nicotina gera dependência. Doenças crônicas elevam internações e custos.
A OMS reforça que o tabaco mata até metade dos seus usuários. Portanto, parar de fumar traz benefícios imediatos. Reduz pressão arterial. Melhora a função pulmonar. E, com o tempo, cai o risco de infarto e câncer.
Fumo passivo também adoece
Os fumantes passivos sofrem com o problema. “Porque aquelas pessoas que convivem com aquele fumante, têm um risco associado também a doenças crônicas, principalmente, a gente fala da própria correlação, inclusive, de neoplasias, o câncer de pulmão. Então, é muito importante procurar ajuda”, aponta o médico.
Dados globais confirmam o alerta. Todos os anos, o fumo passivo responde por cerca de 1,2 milhão de mortes. Crianças e idosos são mais vulneráveis. Assim, ambientes livres de fumaça seguem essenciais. Políticas de fiscalização também.
Assista o vídeo abaixo e saiba mais sobre o tema:

O que dizem os números oficiais?
O Vigitel acompanha fatores de risco nas capitais desde 2006. Em 2023, o Brasil registrou 9,3% de adultos fumantes. Contudo, os números de 2024 indicam 11,6%, segundo a apresentação do Ministério.
A reversão exige resposta rápida. Campanhas, tributação e fiscalização precisam caminhar juntas.
Especialistas defendem fortalecer políticas comprovadas. Elevar impostos reduz consumo. Ambientes 100% livres de fumo protegem não fumantes. Além disso, campanhas educativas ajudam a prevenir a iniciação.
Por fim, ampliar o acesso a tratamento multiprofissional aumenta as chances de cessação.
Onde buscar ajuda?
O SUS oferece apoio para parar de fumar. Unidades básicas fazem avaliação e encaminhamento. Há grupos, aconselhamento e medicamentos quando indicados. Portanto, se você deseja parar, procure a UBS mais próxima.
Converse com um profissional. Informe-se sobre as opções terapêuticas.
