GAECO denuncia 27 integrantes de facção que movimentou mais de R$ 107 milhões no RS
O GAECO do Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou 27 pessoas ligadas a uma facção criminosa que teria movimentado mais de R$ 107 milhões em atividades ilícitas
POLÍCIA
Redação
11/21/20252 min ler


A Operação El Patron voltou a gerar desdobramentos importantes nesta semana. O GAECO do Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou 27 pessoas ligadas a uma facção criminosa que teria movimentado mais de R$ 107 milhões em atividades ilícitas. A ação integra a terceira fase da investigação.
A denúncia foi apresentada na quarta-feira, 19 de novembro, mesma data da operação deflagrada em Camaquã, Capão do Leão e Pelotas. As equipes cumpriram 22 mandados de prisão.
Segundo o Ministério Público, o grupo estruturou um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro, com operações financeiras espalhadas em contas de terceiros. A estratégia dificultava o rastreamento dos valores.
As apurações apontam que o dinheiro vinha principalmente do tráfico de drogas e da agiotagem. Além disso, parte dos recursos circulava dentro do sistema prisional, o que ampliou a complexidade das investigações.
Esquema incluía movimentação por presos
A denúncia descreve uma organização que atuava com rigidez hierárquica e divisão de tarefas. O grupo usava aplicativos e contas de laranjas para mascarar a origem ilícita dos valores.
Essa prática, segundo o GAECO, permitiu diluir grandes quantias em pequenos repasses, dificultando a identificação de fluxos suspeitos.
O promotor de Justiça Rogério Meirelles Caldas, coordenador do 10º Núcleo Regional do GAECO — Sul, explicou que a operação exigiu mais de um ano de investigação contínua.
Além disso, destacou o uso de ferramentas tecnológicas pelo grupo. “Eles usavam até um aplicativo para operações de microcrédito. Laranjas, pessoas humildes, movimentaram milhões de reais”, afirmou.
O caso chamou ainda mais atenção pela atuação de nove presos que, mesmo custodiados, movimentaram R$ 32 milhões de dentro da cadeia. Todos já foram transferidos para unidades de maior segurança.
O Ministério Público reforça que a El Patron III dá sequência às fases anteriores. A primeira, em 2023, desarticulou o núcleo de liderança da facção. A segunda, em 2024, mirou operadores financeiros e apreendeu diversos bens de alto valor.
Região segue como foco das ações
As três fases da operação têm alvo comum: a facção que atua na região sul do Estado. O avanço das investigações amplia o entendimento do fluxo financeiro da organização.
Por isso, o Ministério Público afirma que seguirá monitorando contas, padrões de movimentação e eventuais novos envolvidos.
A El Patron III também reforça a importância da cooperação entre órgãos de investigação, segurança pública e inteligência. O volume movimentado pelo grupo mostra a capacidade financeira obtida pelo crime organizado na região.
Além disso, o GAECO destaca a necessidade de atenção para práticas como microcrédito clandestino e uso indevido de dados bancários de terceiros. Esses mecanismos ampliam o impacto das facções em pequenos municípios.
A apuração segue em andamento, com novos desdobramentos possíveis nas próximas semanas. O Ministério Público prepara medidas adicionais para responsabilizar os envolvidos e recuperar valores desviados.
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